on/off

Mãe  Pátria

(Crônica)

Ivan Matvichuc

 

 

            Quando se comemora os 500 anos deste país, berço imaculado de  nossas raízes, fruto da miscigenação de todas as raças da nossa formação, que acolheu povos de todas as nações e os acalentou em seus sonhos de liberdade, de uma vida feliz, longe das rivalidades bélicas que assolam o mundo, de uma vida laboriosa,  onde pudessem construir o futuro de suas gerações.

 

             O Brasil, esta Mãe Pátria  gentil, os acolheu, com o  amor desmedido de quem ama e não quer nada em troca, apenas ser idolatrada e respeitada pelos seus filhos  em sua  eterna grandeza moral. Nenhuma revolta ou desapreço  deve abalar os sentimentos de Amor que nutrimos por esta figura querida.

 

             Agora, neste instante, quando nos detemos em nossas reminiscências históricas, para cantar-lhe os merecidos parabéns, ficamos subitamente entristecidos quando nos contam histórias de tragédias que mancharam de sangue o solo dessa Pátria, de 500 anos de extermínio de nossos índios, nossos irmãos silvícolas, pobre raça em extinção e pela presença gigantesca do analfabetismo brasileiro, com índices estatísticos camuflados para nos esconder a dura realidade da nossa política educacional. Muito se fala e pouco se faz.

 

            Nossa apregoada liberdade ainda está longe de ser alcançada, quando nos deparamos com a persistência do trabalho escravo, aguilhoando a  liberdade  de adultos e crianças e os mergulhando nas trevas da ignorância, dos que se vêm privados de um ensino básico, que possa libertá-los para o futuro.  Falsa liberdade, quando segregamos nossos irmãos negros, raça escravizada, que se condena pela cor e os impedem de viver com dignidade.

  

            Não falamos dos excluídos da sociedade, os milhares de “sem terra”, “sem teto”, “sem água”, “sem alimento”, “sem emprego” ou dos “sem nada” desta vida miserável, que povoam este imenso país, porque eles estão aí, o tempo todo dentro do nosso cotidiano, clamando, através dos meios de comunicação, por justiça e respeito e acima de tudo condições para sobreviver.

 

            Mãe Pátria, vamos rezar juntos e pedir para que o Criador coloque um basta nesta desordem social, nessa violência que impera nas pequenas e nas grandes cidades, nessa corrupção, verdadeiro “mar de lama e podridão” de governos e desgovernos, que invade e emporcalha nosso país. O caos  tomou conta de tudo e de todos.

 

            Não dá para ignorar o que os nossos olhos estão vendo. Olhe Mãe Pátria, olhe em volta ! O que vemos ?  -  Vemos o homem angustiado e esmagado pela globalização do trabalho  (quando tem), com salários mesquinhos, assediado por drogas, AIDS, violência e morte. Não podemos culpar Deus pelos nossos problemas, muito menos pela situação caótica, que vive o nosso país.  Deus, quando criou o mundo deu-nos todos os meios necessários para sobrevivermos com dignidade. Ele não tem culpa se o homem destrói, polui e não preserva a nossa Natureza. Triste será o dia quando descobrirmos que a nossa querida Floresta Amazônica se transformou num novo Saara. Deus nos livre desse desastre ecológico !.

 

            Quem é o culpado disso tudo ?  O homem, é claro, ele é o único culpado pela degradação de nosso país, principalmente quando não respeita o meio em que vive, não respeita o bem comum e quando movido pela sua mesquinha gatunice desvia e se apossa de verbas públicas, que poderiam melhorar a condição de vida do seu próprio irmão, filho dessa mesma Mãe Pátria brasileira.

 

            Deus !  Se sois brasileiro, como dizem, perdoe nossos erros e nos redima de todos os nossos pecados. Nosso país é tão bonito, tão rico, tão produtivo e tão fortalecido  pela presença de pessoas guerreiras - um povo que luta bravamente por um futuro melhor, não merece, uma sorte tão madrasta, como essa que desfila continuamente  diante dos nossos entristecidos olhos e o humilha perante outras nações.

 

            Queremos, que este Amor que sentimos por você, Mãe Pátria, principalmente desses jovens  de olhos esperançosos, que todos os defeitos e as mazelas que denigrem nossa Nação, sejam transformados em qualidades transparentes e luminosas, como o brilho e o reflexo do mais puro cristal, que o ouro das nossas riquezas possa ser melhor distribuído e propiciar melhores condições de vida ao nosso sofrido povo, que as nossas esperanças sejam verdes como a cor das nossas ainda intocadas florestas e o azul possa delinear os horizontes de um futuro de porvir radioso que, certamente,  vai descerrar as cortinas do futuro e colocar nosso país no merecido rol das nações mais desenvolvidas do mundo e assim vamos poder, finalmente, libertar  esse grito preso em nosso peito:

 

“ VIVA O BRASIL 500 ANOS ! ”

                     

(Antologia Literária "Terra Brasilis – 500 Anos de Amor ao Brasil

Litteris Editora Ltda. – Rio de Janeiro – Página 46)  

 

<< Voltar 

 

 

_________________________________________

Indique este Site!

Send for friends!

_________________________________________

site: http://ivanfa.mhx.com.br/