*

*

 

 

*   

*

*

*

*

 

on/off

 

 

" POEIRA DO TEMPO "

( Poesia )

 Fátima Queiroz

 

Restou de tudo o nada

Da ternura, da magia

Travessuras da infância

Só resíduos.

 Ficou o gosto de festa

Consoadas de Natais

O teu choro. O meu medo

Quase nada.

 

Restou somente a poeira

E nebulosas imagens

De velhos retratos

Gastos, desbotados.

 

Quase nada restou

Do alvoroço das crianças

Da palmatória do mestre

Resquícios  de soluço.

 

Restou um véu de saudade

Esfarrapado no tempo

Esvoaçando entre imagens

Que aos poucos se perderam.

 

Ficou nada, quase nada

Apenas restos, migalhas

De risos, da casa grande

Carnavais e nada mais.

 

 

Do nada restou um pouco

O silêncio de meu pai

O olhar de minha mãe

Sussurro de uma canção.

 

Restou suave perfume

Restou a poeira do tempo

Enfim, de tudo, do nada

Restou um pouco de mim.

 

(Publicada na Revista italiana "IL CONVIVIO" nr. 12

de .Janeiro / Março de 2003 – Página 45)

 << Voltar 

_________________________________________

Indique este Site!

Send for friends!

_________________________________________

site: http://ivanfa.mhx.com.br/