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" POEIRA DO TEMPO "
( Poesia )
Fátima Queiroz
Restou de tudo o nada
Da ternura, da magia
Travessuras da infância
Só resíduos.
Ficou o gosto de festa
Consoadas de Natais
O
teu choro. O meu medo
Quase
nada.
Restou
somente a poeira
E
nebulosas imagens
De
velhos retratos
Gastos,
desbotados.
Quase
nada restou
Do
alvoroço das crianças
Da
palmatória do mestre
Resquícios
de soluço.
Restou
um véu de saudade
Esfarrapado
no tempo
Esvoaçando
entre imagens
Que
aos poucos se perderam.
Ficou
nada, quase nada
Apenas
restos, migalhas
De
risos, da casa grande
Carnavais
e nada mais.
Do
nada restou um pouco
O
silêncio de meu pai
O
olhar de minha mãe
Sussurro
de uma canção.
Restou
suave perfume
Restou
a poeira do tempo
Enfim, de tudo, do nada
Restou
um pouco de mim.
(Publicada
na Revista italiana "IL CONVIVIO" nr. 12
de
.Janeiro / Março de 2003 – Página 45)
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